Para todos que chegaram agora ou mais ou menos há uns dois anos, talvez não saibam como tudo começou.
Como não poderia deixar de ser começou com o Filipe, que em meados do ano de 1994, buscando respostas e orientações para seus problemas de ordem pessoal, através dos sábios conselhos de um Preto Velho, Pai Antonio do Cativeiro, incorporado em uma amiga vizinha na época, a Ana Maria, começou seus primeiros passos na Umbanda, fazendo um tratamento espiritual com essa entidade durante alguns meses. Tudo acontecia nos fundos da casa dela. A partir daí, o Filipe decidiu que a Umbanda seria a Religião que iria seguir para o resto de sua vida, resolveu então ir para Belém do Pará, visto que sua avó, Dona Alba, mantinha em Belém um terreiro de Umbanda, nunca antes freqüentado pelo Filipe, passou dois meses por lá, onde iniciou o seu desenvolvimento espiritual e fez o Ritual de Amaci, trazendo na bagagem o Caboclo Olhos de Lince hoje Caboclo Águia Branca tão amado de todos nós.
A partir daí, vez por outra, o Caboclo sempre vinha quando solicitado ou quando se fazia necessário.
Até que, no ano de 1995 convidado pela mesma vizinha, começou a freqüentar um terreiro de Umbanda no Irajá, que apesar de não ser o ideal, ao seu ver, foi muito importante para o crescimento e aprendizado dele, era o Cantinho da Vovó Juventina da Bahia, liderado pela Dona Elvira.
Paralelo a tudo isso desde que ele e seu irmão tiveram condições de entender, realizavam o culto do Evangelho no Lar e eles sempre acompanharam a Mãe carnal nos eventos da Fraternidade Francisco de Assis, casa espiritualista que ela freqüenta há 28 anos, adquirindo assim, mesmo sem ter consciência disso, uma bagagem de conhecimentos espirituais, que muito contribuiu para o que eles são agora.
Permaneceu neste terreiro por mais ou menos seis anos, quando no ano 2001 decidiu sair por não concordar mais com a ritualística e achar que sua caminhada naquela terra já havia se encerrado. Nunca esquecendo do grande aprendizado que obteve naquela casa, tendo a sua eterna gratidão por todos os irmãos, até hoje, sempre que pode, aparece em algumas reuniões.
Iniciou-se uma fase, para ele, de certo afastamento visto que estava numa época de faculdade, trabalho e baladas, bem próprias da idade. Porém, vez por outra ele se reunia em casa com um pequeno grupo de amigos para receber orientações e auxílio de suas entidades. Iam também de vez em quando em uma cachoeira em Santa Cruz da Serra onde realizavam suas oferendas e se energizavam sobre o comando de Seu Olhos de Lince.
Passado uns poucos anos em meados de 2003, Sua Avó a Dona Alba veio ao Rio e realizou o Bori do Filipe, sendo confirmados seus Orixás de Cabeça, Yemanjá e Oxossi, nessa Ocasião o S. Olhos de Lince assumiu o nome do Chefe de Sua Falange, Caboclo Águia Branca.
A partir daí os encontros foram se tornando mais freqüentes, o número de pessoas desses encontros foi aumentando.
Sempre lembrávamos Filipe do seu compromisso e que ele tinha que procurar um Centro para trabalhar, mas ele ia empurrando alegando que ainda não tinha encontrado nenhum que se afinizasse!
Ele também sempre que ia a São Paulo participava das giras do Templo Águia Branca, que a esta altura havia se transferido para esta cidade visto que toda a família mudou-se de Belém para lá.
Resolveu então formar um grupo de estudos sobre a Umbanda, já que o grupo que freqüentava as pequenas e esporádicas reuniões estava crescendo e na verdade sem nenhum ou quase nenhum conhecimento sobre o tema, já que a grande maioria tinha como base a doutrina Kardecista e ensinamentos esotéricos.
E assim, iniciou-se o estudo, orientados por Filipe, que com muita dedicação compilou, através de pesquisa, diversas apostilas que hoje todos que estão no grupo conhecem e que muito enriqueceram nossos conhecimentos. Esse estudo iniciou-se em 2005 e com isso, quase que oficialmente surgiu o Grupo Águia Branca. Hoje já praticamente formamos dois grupos de pessoas que iniciaram os estudos. Infelizmente, alguns que começaram neste estudo já ñ estão mais no grupo, mas temos a certeza que o que aqui estudaram contribuiu muito para a mudança de preconceitos que muitos de nós, por falta de conhecimento, tínhamos da Umbanda.
O numero de pessoas que freqüentavam o grupo sempre variou em torno de 15 a 20, e o espaço já pequeno, para tudo o que era preciso realizar, então as giras passaram a ser realizadas em um Sitio em Raiz da Serra que pertence a uma associação umbandista que aluga espaço para este fim. E uma vez por mês, no mínimo, as reuniões eram feitas lá. No ano de 2005 a Lindinalva Mesquita seguindo as orientações dos guias, tornou-se a Cambona Oficial do Terreiro. Outros irmãos foram se chegando, como José Roberto, Jacira, Vanda, Joédina, Pereira, Fátima e etc...
No início de 2006 juntou-se ao Grupo o nosso Irmão Anderson Santos, que veio de outra casa com a iniciação de Ogã, tendo a habilidade e a bela missão de tocar os atabaques, com isso tivemos a doação de nosso 1º atabaque pelo Irmão Rafael que com muito amor e dedicação fez essa doação. Infelizmente esse irmão não faz mais parte de nosso grupo.
Em Meados de 2006 chegaram ao Terreiro Bárabara Lyra e Shaula Cunha, esta última nomeada pelo S. Águia Branca com a missão de Cambona.
Tiveram também, o prazer de terem, por um período, o Sítio Chama Violeta no Município de Itaboraí que pertenceu a nosso irmão José Roberto, como local de recolhimento para uma das iniciações de Yaô de Filipe, Bori da Bárbara, Ogã Anderson, Cambona Lindinalva e Shaula, como também para realizarmos algumas de nossas giras.
Neste mesmo ano de 2006 chegaram as irmãs Taísa e Jaqueline.
No ano de 2007 foi a vez de juntarem-se a nós, Thiago, Isabelle, Flávia, Fábio Reis, Marcos e Glória. Em 2008 vieram Fábio Santiago, Ana e Simone. Em Outubro de 2007 a Médium Valéria comprou um sítio em Barão de Irirí, Município de Magé, doando uma parte do terreno para o Grupo com o principal objetivo de construírem o Templo.
O primeiro encontro lá foi a iniciação de Baba Menor de Filipe e Ogã de Thiago realizado em Novembro de 2007. A primeira gira foi feita no pequeno espaço de jardim ao lado da casa onde realizamos o Batizado de nossa pequena Gabriela. Surgindo assim, o Templo de Umbanda Olhos de Lince.
Em Janeiro de 2008 para a homenagem a Oxosse o Ogã Anderson construiu, com a ajuda de todos uma pequena cabana de bambu coberta de folhas de palmeira onde puderam realizar a singela, mas belíssima homenagem a nosso Pai Oxosse e a todos os Caboclos.
A partir dessa pequena cabaninha, foram melhorando suas instalações, e hoje é o espaço que estão usando provisoriamente até que Templo esteja construído.
Mas como seu Águia Branca diz, o templo é construído dentro dos corações de cada um, se ele não existir dentro de cada um, nada adiantará levantar paredes físicas.
Os encontros estão sendo realizados quinzenalmente, a partir de 2008, com todos empenhados na melhoria e crescimento do pequeno, mas harmonioso, grupo.
Em Outubro de 2008 foi realizado o Bori (Ritual de Consagração e Confirmação) das Médiuns, Jaqueline, Taísa e Joédina. Assim sendo cada vez mais “plantado” a força e o axé da casa, cada vez mais os médiuns estando fortalecidos, firmes e preparados para o trabalho espiritual de força, axé, amor e caridade acima de tudo.
Existe a plena confiança de que muito em breve estarão instalados no espaço físico construído com o amor e a dedicação de todos.
Esse é apenas o início de nossa história, pois muitas ainda virão se Oxalá permitir, essa história passará de Geração em Geração!
SARAVÁ!
Agradecemos a todos o membros do Templo de Umbanda Olhos de Lince, pelo amor, dedicação, força, colaboração, boa vontade, luta, amizade e tudo de bom que estamos vivendo todo esse tempo.
Agradecemos a cada um de vocês!!!
