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26 de maio de 2009

MAIS UM CASO DE ABUSO

O jornal “A TRIBUNA” do último dia 17/05/2009, publica uma matéria sob o título "Pastor tenta matar macumbeira"

"Alegando que lutava contra Satanás, o pastor João Francisco Ferreira da Silva (51 anos) tentou matar sua vizinha Maria José Valdivino de Oliveira (42 anos). O evangélico fugiu antes da chegada de policiais militares e responderá pelo crime na 3ª Regional (Sobral). A vítima, medicada no pronto-socorro, recebeu alta e se recupera em casa. João Francisco e Maria José Valdivino são vizinhos há pouco mais de dois meses, período em que se desentenderam muitas vezes por causa do evangélico que não aceita que Maria José mantenha um terreiro em sua residência. Por volta das 20 horas de sexta-feira dia 16, Maria se preparava para iniciar os trabalhos quando o pastor pediu para que ela acabasse com o que ele considera um culto a Satanás. Em dado momento, João Francisco bateu na mulher com uma ripa. Ele só não a espancou mais porque adeptos seguraram o pastor. Lesionada nas costas, nos braços e no rosto, Maria José foi amparada por amigos e levada para o pronto-socorro. Frequentadores do terreiro prometeram surrar o evangélico caso ele voltasse ao local para perturbar."

Independentemente de todas as ações que já tomamos e continuamos tomando junto ao Ministério Público, Poder Judiciário e autoridades, não temos hoje qualquer dúvida de que o descontrole sobre as atividades das seitas de fanáticos que povoam o Brasil, vai resultar a qualquer momento num acidente fatal

Autoridades policiais e judiciárias assistem de braços cruzados ao crescimento indiscriminado de demonstrações de intolerância religiosa

Aqui no Estado do Rio de Janeiro, mantemos uma trincheira em defesa da Umbanda, que fez com que o governador Sérgio Cabral designasse um delegado especialmente para cuidar dos casos de preconceito religioso. Todas as denúncias são investigadas e os responsáveis chamados á responsabilidade. E ainda assim, surgem ainda casos isolados

As autoridades na maioria dos Estados e Municípios estão esperando o que? Que um umbandista, um candomblecista seja assassinado? Ou que alguém reaja a uma dessas agressões?

O que falta para essa gente acordar? Não seria o caso do Ministério da Justiça acionar a Polícia Federal e monitorar esses casos que, no início eram isolados, e agora são recorrentes? Não é chegada a hora do Ministério Público federal agir e, como vigilante da lei, exigir que a Constituição brasileira seja cumprida, garantindo a liberdade religiosa?

Quantos terreiros terão que continuar sendo apedrejados e seus médiuns e dirigentes contrangidos?

ESTAMOS LIDANDO COM FANÁTICOS! Será que ninguém percebe isso?

Estamos falando de pessoas ignorantes, na maioria de pouco conhecimento, simples, que sofrem lavagem cerebral e, em nome da Bíblia, acham que devem fazer justiça com as próprias mãos. Perseguem todos aqueles que não compactuam de sua crença, com foco especial nos nossos irmãos dos cultos afrobrasileiros

E a principal pergunta: por que não se investiga justamente os dirigentes dessas seitas que estimulam o ódio religioso? Quem são esses falsos cristãos, que além de se valerem da boa fé de gente humilde, ainda a convence a agredir os membros de outra fé?

Temos repetido á exaustão: a qualquer momento, alguém morrerá num desses conflitos religiosos, por sinal, absurdos num país como Brasil

E não será por falta de aviso.

ÁTILA NUNES FILHO e ÁTILA NUNES NETO

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